segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Natal na Ilha e afins

O Tempo

  Por cá está calor, ora chove, ora faz sol, ora dá uma noite estrelada, ora dá uma noite ventosa...mas o calor faz questão de não arredar pé. Eu acho óptimo, mas não me fio...pareço aquelas mães chatas  quando me viro para o meu namorado e digo "Trouxeste casaco? E cachecol? E gorro? Luvas? Estás bem agasalhado? Não quero que adoeças...olha a passagem de ano".
Pois, é um crime estar doente no dia 31. No ano passado foi esse o cenário. Estávamos os dois estragadinhos e dopados mas, ainda assim fiz questão de beber...afinal era o primeiro dia do ano! Escusado será dizer que com dois copos fiquei bêbeda...mas o que lá vai, lá vai. 

O Natal

  Falemos do Natal. Correu bem, comi o de sempre e como sempre comi bem, recebi prendinhas, dei prendinhas, enfim foi tudo como manda a lei desta terra. Seguiram-se os dias de jantares e almoços na casa de Fulano e Sicrano, uns mais secantes que outros, mas ainda a missa vai a meio (costumam prolongar-se até ao início do ano). Não me posso queixar, estou a ser mimada por todos os lados e só de pensar que daqui a uns dias tudo isto se desvanece, dá-me um calafrio na alma.

As Saudades

  Tenho saudades de viver aqui, da minha rotina de estudante do secundário, das tardes nos cafés, dos encontros inesperados, das tardes nas casas das amigas a rir até doer a barriga. Era tudo tão bom, mas já parece tudo tão distante... Gosto cada vez mais deste sítio, deste cheiro a terra húmida, deste quentinho, deste cantinho onde me sinto em casa onde quer que vá, onde me sinto protegida, onde me sinto Eu. É difícil não ter um discurso saudosista quando falo do meu cantinho do céu, principalmente porque sei que não vou voltar definitivamente nos próximos anos.

Baci
M. 

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Hoje queria só dizer que...

daqui a 6 dias estou lá e que estou cheia, cheia, cheia de saudades e que vou tentar desdobrar-me para estar com toda a gente e que preciso de descansar mas não quero saber e que já tenho as prendas quase todas compradas e que e estou sem paciência para pensar nos trabalhos e que e que e que...podia ficar aqui o dia todo a escrever porque isto tinha pano para mangas, mas não vai dar...

(Sei que estou em falta e não tenho ligado muito a isto, mas é por falta de tempo, vontade e inspiração)

Mapa da Ilha da Madeira

Baci
M.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Por que quero ser jornalista?

  Aqui está uma bela pergunta. Esta é a tal questão que já ecoou tantas vezes na minha cabeça e para a qual eu nunca soube dar uma justificação que agradasse aos meus botões. Já quis ser educadora, arquitecta paisagista e até quis ser psicóloga, mas a ideia de ser jornalista nunca tinha sequer roçado os meus pensamentos.


  Não considero que tenha sido um erro ter seguido a área das Ciências da Comunicação, afinal é disso que eu realmente gosto. Comunicar. Eu tinha de fazer uma escolha, estava na altura, era agora ou podia nunca mais ir a tempo. Se tivesse escolhido qualquer uma das outras profissões a comunicação seria uma ferramenta indispensável. No entanto, eu sentia que o que eu realmente queria era mais do que aquilo a que me propunha. Tropecei no jornalismo à entrada para a faculdade e foi amor à primeira vista. Afinal isto de contar estórias até tem graça. Não, não tem graça, é extremamente enriquecedor, pois não passa só por saber contar, é preciso saber ouvir e observar para poder reproduzir, para conseguir filtrar a essência das estórias. Esta forma de levar até às pessoas o conhecimento que lhes sacia a vontade de saber é aliciante. 


  Ser jornalista é assumir uma responsabilidade social, é procurar, remexer, descobrir, comprovar, divulgar, é saber lidar com a pressão, é não baixar os braços e ser incansável de dia e de noite, faça chuva ou faça sol. Tudo o que a licenciatura nos dá é apenas um cheirinho de uma vida alucinante. Ao jornalista é incutida a obrigação de saber um bocadinho sobre tudo, ter opinião sobre todos os temas, colocar a sabedoria à disposição das pessoas. São todas estas condições que me desafiam e que me aguçam o desejo de ser jornalista. Tenho a certeza que não seria boa noutra profissão, ou pelo menos tão realizada, não que tenha a presunção de que algum dia serei capaz de tratar a escrita por Tu, mas por ter a percepção de que as palavras alimentam e satisfazem todos os meus sentidos, e isso para mim basta.


  Uma vez perguntei ao meu pai se ser jornalista era uma boa profissão. Ele respondeu-me com serenidade e de forma sucinta: “É uma profissão de risco, é para corajosos”. Encolhi os ombros e repeti no meu subconsciente: “corajosos”. Eu acho que é verdade, é preciso ter coragem para colocar o jornalismo como prioridade na vida, para não falar dos perigos que a profissão oferece.


  Sempre li os jornais e ouvi rádio mas o que sempre me fascinou verdadeiramente foi a televisão, tanto que quando fui para a faculdade sabia perfeitamente onde queria trabalhar posteriormente. Estou a estagiar em televisão e sinto-me em casa, tudo me fascina, as pessoas, as máquinas, a redacção, os estúdios, a maneira como se desenrascam e a atitude de que por mais que se faça ainda está tudo por fazer. A adrenalina dos directos até a mim já contagiou, sinto que me estou a tornar, cada vez mais, um deles. A felicidade ainda não está completa, mas sei que fiz a escolha certa, sei onde é o meu lugar, sei e acredito que um dia vou poder dar um bocadinho de mim ao jornalismo português e que com alguma sorte ainda serei paga para fazer aquilo que mais gosto.